sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vida extraterrestre, o dragão no quintal e a última bolacha do pacote


Esse é um outro tema fascinante. Existe vida inteligente fora da Terra? Eu acredito que responder a essa pergunta é uma meta importante para o futuro próximo.
E responder a essa pergunta é complicado... Não há como dar uma resposta negativa. Não há como afirmar que Ets não existem pelo fato de não sermos capazes de encontra-los. Enquanto não pudermos dar uma resposta positiva, a pergunta fica em aberto.
Mas primeiro, respostas às perguntas óbvias:
1 – Você acredita em Ets? Não, esses bichos são muito mentirosos...
2 – Por que buscar vida inteligente fora da Terra? Porque aqui não encontramos...

É muito comum – recorrente, eu diria – eu ouvir a primeira pergunta sempre que estou num grupo onde esse assunto aparece. Normalmente, ela é colocada de forma diferente: “Você acredita que exista vida inteligente fora da Terra?” Mas a resposta que se espera, na verdade, é da pergunta “Você acredita que estamos sendo visitados por Ets?”. E o que ocorre, normalmente, é a troca da ordem das perguntas. Primeiro, um infeliz diz que viu ou conhece quem viu ou leu sobre uma possível aparição. Aí, pergunta se eu acredito e, depois de tomar um NÃO banhado em hélio líquido, me desafia com a anterior: “Então você não acredita que exista vida fora da Terra?” ou, em tom de claro deboche e superioridade “Então você acha que somos únicos?” ou alguma variação disso. Como se negando uma você automaticamente negasse a outra.

Nessas horas, eu costumo brincar com um paralelo que li num livro do Carl Sagan, onde ele conta a história do dragão no quintal: Eu chego pra você e digo “Tem um dragão no meu quintal”. Puxa, para você acreditar nisso, primeiro você precisa acreditar que dragões existem e, só a partir daí, acreditar que existe um no meu quintal. Se eu disser “Tem um elefante no meu quintal”, a coisa já muda um pouco... Você sabe que elefantes existem. O problema é só acreditar se existe mesmo um no meu quintal... Isso por si só já é algo difícil – elefantes não são normalmente encontrados em quintais (pelo menos no Brasil, quem sabe na Índia isso seja mais plausível). Para isso, você vai analisar o que sabe sobre mim – é... o Luiz é meio doido... quem sabe ele já passou do estágio de louco manso e resolveu criar elefantes – mas não só isso. Você avaliaria a possibilidade de eu ter conseguido um elefante (tem/teve circo na cidade esses dias), se alguém viu um perto da minha casa (afinal, não é algo fácil de se transportar às escondidas) e por aí vai.
Voltando ao paralelo do dragão e Ets (pode ser um dragão Et também!!!), alguém vai até o quintal e vê marcas no chão, parecidas com patas de dragão (aliás, qualquer marca que não se pareça com nenhuma pata conhecida serve...), quem sabe algumas marcas de queimado (dragões cospem fogo, certo?)... Aí, diante do ceticismo de alguns, vem essa: “Se não é um dragão, o que mais poderia ser??” Como se isso fosse resposta! Vocês se lembram do filme “A Mosca”? Numa passagem curta, que chama atenção somente dos nerds, o cientista (Brundle) pergunta ao computador (que informou sobre uma experiência envolvendo 2 elementos, A e B) se “A” fosse Brundle, quem seria B? O computador responde prontamente: Se “A” é Brundle, então “B” não é Brundle... Lógico.
Assim, se não é um dragão, o que é? Pode ser qualquer coisa, MENOS um dragão...

Voltando ao assunto principal, eu não consigo acreditar que estejamos sozinhos no Universo. Essa minha crença é fundamentada puramente em estatística. Gente, o Universo é MUITO grande. Vamos a alguns dados:
  • Existem 400 bilhões de estrelas somente na Via Lactea (nossa querida galáxia);
  • Já observamos mais de 500 planetas extra solares;
  • Existem mais galáxias no Universo do que estrelas na nossa galáxia.

Eu fiz uma conta bem bobinha: Se cada estrela fosse um grão de areia, qual seria o tamanho de uma esfera contendo o mesmo número de estrelas do Universo? Olha... da uma esfera 10 vezes maior que o Sol... É grande pacarai...... Imagina uma coisa desse tamanho, cheia de grãos de areia. Aí alguém diz que somente UM desses grãos de areia possui planeta com vida inteligente.
Olha, mesmo que alguém conclua que a chance de ter vida é uma em um trilhão, vai estar caindo pra fora a quantidade de estrelas com planetas em volta que possuem vida inteligente.

Eu, sinceramente, não penso que sejamos tudo isso de bom e exclusivo – a última bolacha do pacote – e que nosso bom Deus nos colocou aqui e parou por aí. Eu, olhando por cima do ombro de Deus e analisando esse projeto, daria uma tapinha nas costas dele e diria: “- Que PUTA desperdício, hein, véio???” Eu simplesmente não consigo conceber um Deus com tamanha falta de imaginação.

Agora, voltemos ao quintal... Bom, eu nunca vi, duvido de quem disse que viu, mas acredito – e com muita fé – que existam dragões (Ets, que fique claro). Mas dizer que tem um no quintal é forçar a amizade.
Está certo que estamos apenas engatinhando na tecnologia espacial – o primeiro vôo orbital completou 50 anos esses dias – mas tudo lá fora é muito grande e hostil. Não conseguimos planejar nem uma viagem a Marte, o destino mais próximo depois da Lua. E isso não é NADA perto das distâncias que temos que vencer. A luz leva um segundo para ir daqui até a Lua. Para a estrela mais próxima (Alpha Centauri B) são 4 anos. Se levamos dias para ir até a Lua, façam a conta...
Nossos companheiros Ets podem estar em estágios tecnológicos infinitamente a nossa frente, mas as distâncias e as dificuldades são as mesmas.

Mas esqueçamos o problema tecnológico. Vamos supor que eles tenham tecnologia e o que mais for necessário (sei lá, vida longa e próspera...) para viagens estelares (Mr Sulu, dobra fator 8 e pé na tábua!). Aí eles cruzam o espaço profundo, lá dos confins do Universo (ou não... de repente nós é que estamos nos confins...) aparecem, nos visitam e não são vistos?? Po, faz que nem o Keanu Reeves e pousa essa porr# no Central Park! Porque é que sempre tem que ser em algum lugar ermo? E quase sempre no interior dos Estados Unidos, de madrugada...
Se querem aparecer, façam um broadcast pela CNN e pousem em NY, Paris (no Brasil não, pois os aeroportos já estão sobrecarregados e ainda vai ter que deixar um troco pro flanelinha guardar a nave).
Ah, mas eles não querem aparecer... são discretos, introvertidos, envergonhados... ah, é uma coisa deles. Então.. que baita serviço de porco! Olha aí quanta gente viu, quantas marcas foram deixadas. Bando de Ets incompetentes. Vem lá de longe, escondido, pousa de noite, faz o que tem que fazer e larga tudo bagunçado?
NISSO eu não acredito.

Mas existe outra possibilidade, ainda mais cruel, para explicar a falta de contato com nossos homenzinhos verdes: Sir Arthur Clarke explorou como ninguém esse tema numa obra prima, “O Encontro com Rama”.
Imagine a cena: Um belo dia, radares e observatórios descobrem uma nave espacial gigantesca, vinda sabe-se la de onde, de origem desconhecida e finalidade idem, e que se encontra além da órbita de Saturno. Tudo indica que veio de fora do Sistema Solar. E os cálculos mostram que se dirige para o centro, na direção do Sol, obviamente passando perto da Terra.
Aí, acontece de tudo, claro. Pânico, gritaria, questionamentos sobre as intenções dos visitantes e tal. Um grupo prepara uma recepção, outro se prepara para a guerra...
E a nave simplesmente PASSA BATIDO.
Não da a mínima.
Passa pela órbita da Terra e nem diminui a velocidade. Usa o Sol somente como fonte de energia para seguir seu caminho e tchum, vaza longe...
E todo mundo aqui, com aquela cara de maracujá na gaveta, com aquela sensação de que tem uma baita festa e ninguém se lembrou de me convidar.

Será que não está aí a resposta para o fato de que DEVE haver vida inteligente extraterrestre e ao mesmo tempo nunca tenhamos sido visitados?

De repente somos mesmo a última bolacha do pacote. Mas, com diz minha filha, a última sempre vem quebrada e ninguém quer...

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