segunda-feira, 25 de abril de 2011

TV sob demanda: A próxima geração?

Prever o futuro é tão irresponsável quanto irresistível... Poucas pessoas conseguiram prever alguma coisa que valha a pena, e mesmo assim as previsões sempre falham em algum ponto básico.
Eu estou longe de querer me meter nesse assunto, mas creio que pelo menos uma previsão minha se concretizará em breve. E claro, só digo isso porque me é por demais óbvio e, assim espero, também o seja para a maioria.
Aqui no Brasil, há alguns anos começamos a ter a opção de assistirmos TV por assinatura. Para os razoavelmente letrados, era um apelo irresistível: ver TV de qualidade – não só imagem de qualidade, mas programação de qualidade – na tentativa de aproveitar o aparelho para alguma coisa que prestasse.
Por pouco tempo, isso funcionou bem. Agora, a programação da TV fechada é quase tão ruim quanto a da TV aberta.
Explico: A qualidade dos programas em si até que continua boa. Mas a conta é outra: Tente assistir alguma coisa pela manhã. Em quase todos os canais, o que você vai ver é polishop... E se ligar agora, leva junto mais uma porcaria grátis. Continuando a conta: Eles também pegam o seu programa favorito e o dividem em trocentos pedaços, entremeados com mais propaganda. Além disso, a programação do canal que você paga e gosta se repete ad infinitum. Assim, me parece um chute bom dizer que 10% do que você paga pela TV por assinatura realmente vale a pena. O resto, ou é propaganda ou é reprise.

Então, qual é a ideia?? A migração das classes A e B para a TV paga foi motivada por um princípio muito simples: Já se perguntaram porque é que a TV aberta sempre foi grátis? Ora, era porque quando foi inventada, não havia meios de cobrar por ela – o sinal é de rádio, “está no ar” e qualquer um com um aparelho receptor pode captar.
Depois de um tempo, verificaram que a ideia da TV era boa – todos queriam ter TV em casa – mas como cobrar? Simples, invente uma TV que seja necessário pagar para assistir e dê um jeito para forçar as pessoas a migrar para ela. Como?? Socando porcaria na TV aberta e produzindo material de qualidade somente na por assinatura... Óbvio.
Esse fenômeno chegou tarde aqui, mas chegou. E chegou forte. A premissa básica ainda é verdadeira: a qualidade da TV por assinatura é infinitamente superior à da TV aberta. Fato que, por si só, já é assustador, dada a qualidade da TV fechada discutida acima. Mas basta uma zapeada básica na TV aberta para se ter certeza. É impressionante e assustadora a baixeza o que se mostra “de grátis” nas Tvs. E não e só no Brasil, infelizmente. Vi um pouco da TV nos USA, México e Peru e a coisa é feia por lá também.

Mas o que a previsão do futuro tem com isso?
Eu tenho certeza que num futuro muito próximo teremos TV por demanda. Você pagará – e mais caro – para selecionar o que deseja ver. Algumas variações já se encontram em uso: Algumas operadoras já oferecem aparelhos que gravam o programa que você quer, para que possa vê-lo quando quiser. Mas a ideia mais correta é como um youtube, você escolhe o que quer e assiste. para que isso vire feijão com arroz basta uma internet um pouco mais veloz. Com a banda que temos, o que dá para fazer é baixar alguma coisa e assistir depois. Eu mesmo, que gosto de acompanhar algumas séries da TV paga (The Big Bang Theory, Fringe, Dr House, entre outros), costumo baixar os episódios para ver quando posso. E faço isso por mais de um motivo:
  • Os episódios que passam aqui estão com 6 meses de atraso em relação aos dos USA;
  • As legendas daqui são terríveis (é incrível ver como as legendas que amadores produzem gratuitamente nesses sites são infinitamente melhores);
  • O pessoal de fora já extirpa os comerciais, deixando apenas o filé para ser degustado.

Que venha logo a TV por demanda! Não suporto mais pagar para ver propaganda de creme dental e polishop!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

i-Cybie Uploader Project



Uploader 1.0







Introduction


Programming an i-Cybie cartridge is not a hard task, but all the solutions I found on the Internet needed at least two of the following items:

  1. A modified dog (with serial port communication). Details at
    http://www.aibohack.com/icybie/sic_rs232.htm
  2. A working cartridge (this is a bit obvious. The one that comes with the dog has just an empty pcb in it!).
  3. Some way to connect the cartridge to a PC. It can be done through the dog itself (item 1) or using a downloader.

All the above may be quite straightforward to someone in the USA or Europe (I suppose...). But in Brazil, for instance, electronic stuff is overtaxed and a bit hard to import. I-Cybies were sold by a local toy manufacturer (Estrela) but the
only thing they brought here was the dog original box, with it's charger, remote control and NiCd battery.
So, when I decided to change the personality of my dog, I got to a dead end. The best solution seemed to be 'SIC'ing it, but it would require a cartridge with a special program (CROMINST). Great: To be able to write something to the cartridge I needed a cartridge with something already written. A chicken-and-egg dilemma.
And there is another reason, a very private one, I must confess: I WANTED TO DO IT. lol. It was something I didn't know how to do, and things that I don't know makes me nervous.
Then, I decided to build my own cartridge programmer based on the (too few) technical information available (links on the bottom of the page) and on component data sheets.


And here it is! The I-Cybie uploader.
It may be a bit hard to believe, but it works!

1) The Cartridge
The I-Cybie cartridge - I mean, a working one - has two 1Mbit SST39vf010 flash memory chips on it. That makes 256Kbytes - 2Mbits, not 2Mbytes as sometimes I read. As any memory chip, the pins are the address bus (17 bits), the data bus(8), 3 control signals (write enable, output enable and chip select) and power. Reading it is done just like any memory chip, but writing to it and erasing it requires a special protocol- just like any flash chip. It's all documented in the data sheet. You better take a look if you want to go deeper.

The images below shows both sides of the cartridge pcb with labeled pins. Those images are from Danh Trinh's site, http://www.imaginerobots.com.





The SST chips are quite cheap and if you have good soldering skills, a magnifying glass and a steady hand you can populate the cartridge yourself. There are some SMD soldering kits in the marked to help you, if you need. The radio and TV repairs guys
that you probably know may also have the necessary skills and equipment to do it, in case you are afraid...

Once a working cartridge is available,  the next step is building the programmer.

2) The cartridge programmer.

Yes, it's a lot easier and cheaper to use a SIC and yes, I'm reinventing the wheel, but there are some scenarios that makes this uploader a good option:

  • there is no way for you to get a cartridge with CROMINST;
  • you don't want to drill holes in your dog and poke it's inner parts (at least, for now!);
  • and you can't or just don't want to buy a downloader.
Here is the schematic of the programmer. It uses a PIC16F876A
microcontroller running at 10MHz, a MAX232CPE, three buffers and some passive components. The circuit is powered by a 3V source that can be
two AA batteries. It is linked to the serial port of a PC at 57.6Kbps.



Don't worry if it's a bit hard to see the details and, anyway, they might be outdated.
There is a zip file with detailed (and updated) information about the entire project at the end of the page.
The PCB is a single face board with dimensions 90x70mm:




One part must be home-made: the cartridge connector. If you take a closer look and pay attention, you'll notice that the pads displacement are the same as a PCI card. So... all you need to do is getting a PCI slot connector and cut it at the same size of the cartridge (2 rows of 20 pins). After that, solder a flat cable to the pins, like this:

RS232 cable: Another part you may need to wire yourself. The connector on the pcb is the same one found on PC mainboards for a DB9 serial
port. So, the pin layout is the same as any PC serial port. All you'll need is to get a null modem cable or make one like this:



3)Software
There are two different codes, one inside the microcontroller and one running at the PC. The PIC code was written in C using SouceBoost and
the PC code was written in MS Visual Basic 6.0. Full souce code, binaries and installation packages are available at the botton of the page.

3a. PIC Code:  The PIC code receives commands from the PC host and executes them. You don't need to know the correct sintaxes of the commands (except for the debug mode ones), since the software running on the PC manages everything for
you. Available commands are:

  • Cartridge Erase: Erases both flash chips.

  • Cartridge Read. Reads the flash chips and send the data to the PC. Estimated time: 50 seconds.
  • Cartridge Write. Writes the flash chips with data from the PC. Estimated time: 8 minutes.
  • Firmware version. Sends this information to the PC. Also used to check communication.
  • Debug Mode: This is a special command useful to detect hardware bugs. To use this, it's necessary to use another communication program, like Hyperterminal.
3b. PC Code: It's the front-end, user interface with the programmer. It look like this:



The button commands are (from left to right):
  • Load personality file: Loads H and L bin files from disk.
  • Save personality file: Saves the data read from the cartridge to disk files.
  • Erase Cartridge.
  • Load cartridge data.
  • Upload to cartridge. This is the command to actually save something to the cartridge. It erases the cartridge if you forget to do it yourself.
  • Verify Cartridge. Compares the data read from the cartridge with the one in the PC buffer.
  • Communication check.
The important menu itens are:
  • Configuration - Serial Port. To set the serial port used by the program. Must be set before the first use.
  • Configuration - Verify after upload. Check this to make an automatic verify after programming the cartridge.
4) Files

Freeware disclaimer: The author, Luiz Cressoni Filho, of this freeware accepts no responsibility for damages resulting from the use of this
product and makes no warranty or representation, either express or implied, including but not limited to, any implied warranty of merchantability or fitness for a particular purpose. This software is provided "AS IS", and you, its user, assume all risks when using it.

Here are the files you will need to build and use your uploader:

  • Hardware: Squematic pcb layout and part list. (updated 16/02/2005)
  • Software bins: PIC binary and PC instalation package.
  • Software source codes. PC Visual Basic and PIC SourceBoost projects.



Links:


6) DebugMode

If something doesn't work, try to connect to the uploader using a terminal program like Hyperterminal. Connect to the serial port using the configurations below:

  • Bits per second: 57600
  • Data bits: 8
  • Parity: none
  • Stop bits: 1
  • Flow control: none
After connected, power on the uploader. You shall see this in the terminal window:


I-Cybie Uploader 1.0
Absolutely NO warraties of any kind.

If it doesn't, take a closer look at the serial communication block of the circuit and see if the PIC is actually running. If it does, the available commands are (all single key press):

  • 'D' - enters debug mode
    • 'W' - activates the write enable line. It will remain low until you press a key.
    • 'O' - (letter O) activates the output enable line. It will remain low until you press a key.
    • '0' - (number zero) activates the chip select 0 line. It will remain low until you press a key.
    • '1' - activates the chip select 1 line. It will remain low until you press a key.
    • 'A' - activates address lines from A0 to A16, one by one after each key press.

    • 'C' - activates the latch clock lines (all 3 lines). They will remain high until you press a key.
    • 'X' - Exits debug mode.
7) Parts List

  • Cartridge:
    • 2 SST39VF010-70-4C-WH
      - 1Mbit flash memory, TSOP package
    • 2 0.1uF bypass capacitor (SMD) - you can get these in any old computer hardware board


  • Programmer:



Quantity

Reference

Value

Resistors
2

R1,R2

120R

5


R3-R7

10K




Capacitors
5


C1,C5-C8

1uF 16V

2


C2,C3

22pF ceramic

1


C4

0.1uF ceramic




Integrated Circuits

3


U1-U3

40174
1


U4

PIC16F876A

1


IC1

MAX232CPE




Diodes

1


D1

Green LED

1


D2

Red LED




Miscellaneous
1

CC1

Cybie Cartridge slot connector
(see text)

1


X1

10MHz crystal

1




RS232 connector

(see text)






8) Pictures (took with a Palm Zire 71. Send me a better camera if you don't like these shots):





Fully assembled PCB. Note the RS232 flat cable at bottom left of the PCB. I took this cable from an old PC mainboard.

The black wire over the resistor pack is there due to a PCB mistake,already corrected on the downloadable layout.
The PCB corners were cut to fit inside the box.





The box: I picked up and old 3 1/2" floppy disk box and drilled some holes on it.

From left to right, 2 LEDs, the cartridge slot and the DB9 connector.




This is how the connections look like .





Uploder working. The yellow LED indicates it is saving something (in this case, it is uploading data to the cartridge).
Green, when lit, indicates read operations.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vida extraterrestre, o dragão no quintal e a última bolacha do pacote


Esse é um outro tema fascinante. Existe vida inteligente fora da Terra? Eu acredito que responder a essa pergunta é uma meta importante para o futuro próximo.
E responder a essa pergunta é complicado... Não há como dar uma resposta negativa. Não há como afirmar que Ets não existem pelo fato de não sermos capazes de encontra-los. Enquanto não pudermos dar uma resposta positiva, a pergunta fica em aberto.
Mas primeiro, respostas às perguntas óbvias:
1 – Você acredita em Ets? Não, esses bichos são muito mentirosos...
2 – Por que buscar vida inteligente fora da Terra? Porque aqui não encontramos...

É muito comum – recorrente, eu diria – eu ouvir a primeira pergunta sempre que estou num grupo onde esse assunto aparece. Normalmente, ela é colocada de forma diferente: “Você acredita que exista vida inteligente fora da Terra?” Mas a resposta que se espera, na verdade, é da pergunta “Você acredita que estamos sendo visitados por Ets?”. E o que ocorre, normalmente, é a troca da ordem das perguntas. Primeiro, um infeliz diz que viu ou conhece quem viu ou leu sobre uma possível aparição. Aí, pergunta se eu acredito e, depois de tomar um NÃO banhado em hélio líquido, me desafia com a anterior: “Então você não acredita que exista vida fora da Terra?” ou, em tom de claro deboche e superioridade “Então você acha que somos únicos?” ou alguma variação disso. Como se negando uma você automaticamente negasse a outra.

Nessas horas, eu costumo brincar com um paralelo que li num livro do Carl Sagan, onde ele conta a história do dragão no quintal: Eu chego pra você e digo “Tem um dragão no meu quintal”. Puxa, para você acreditar nisso, primeiro você precisa acreditar que dragões existem e, só a partir daí, acreditar que existe um no meu quintal. Se eu disser “Tem um elefante no meu quintal”, a coisa já muda um pouco... Você sabe que elefantes existem. O problema é só acreditar se existe mesmo um no meu quintal... Isso por si só já é algo difícil – elefantes não são normalmente encontrados em quintais (pelo menos no Brasil, quem sabe na Índia isso seja mais plausível). Para isso, você vai analisar o que sabe sobre mim – é... o Luiz é meio doido... quem sabe ele já passou do estágio de louco manso e resolveu criar elefantes – mas não só isso. Você avaliaria a possibilidade de eu ter conseguido um elefante (tem/teve circo na cidade esses dias), se alguém viu um perto da minha casa (afinal, não é algo fácil de se transportar às escondidas) e por aí vai.
Voltando ao paralelo do dragão e Ets (pode ser um dragão Et também!!!), alguém vai até o quintal e vê marcas no chão, parecidas com patas de dragão (aliás, qualquer marca que não se pareça com nenhuma pata conhecida serve...), quem sabe algumas marcas de queimado (dragões cospem fogo, certo?)... Aí, diante do ceticismo de alguns, vem essa: “Se não é um dragão, o que mais poderia ser??” Como se isso fosse resposta! Vocês se lembram do filme “A Mosca”? Numa passagem curta, que chama atenção somente dos nerds, o cientista (Brundle) pergunta ao computador (que informou sobre uma experiência envolvendo 2 elementos, A e B) se “A” fosse Brundle, quem seria B? O computador responde prontamente: Se “A” é Brundle, então “B” não é Brundle... Lógico.
Assim, se não é um dragão, o que é? Pode ser qualquer coisa, MENOS um dragão...

Voltando ao assunto principal, eu não consigo acreditar que estejamos sozinhos no Universo. Essa minha crença é fundamentada puramente em estatística. Gente, o Universo é MUITO grande. Vamos a alguns dados:
  • Existem 400 bilhões de estrelas somente na Via Lactea (nossa querida galáxia);
  • Já observamos mais de 500 planetas extra solares;
  • Existem mais galáxias no Universo do que estrelas na nossa galáxia.

Eu fiz uma conta bem bobinha: Se cada estrela fosse um grão de areia, qual seria o tamanho de uma esfera contendo o mesmo número de estrelas do Universo? Olha... da uma esfera 10 vezes maior que o Sol... É grande pacarai...... Imagina uma coisa desse tamanho, cheia de grãos de areia. Aí alguém diz que somente UM desses grãos de areia possui planeta com vida inteligente.
Olha, mesmo que alguém conclua que a chance de ter vida é uma em um trilhão, vai estar caindo pra fora a quantidade de estrelas com planetas em volta que possuem vida inteligente.

Eu, sinceramente, não penso que sejamos tudo isso de bom e exclusivo – a última bolacha do pacote – e que nosso bom Deus nos colocou aqui e parou por aí. Eu, olhando por cima do ombro de Deus e analisando esse projeto, daria uma tapinha nas costas dele e diria: “- Que PUTA desperdício, hein, véio???” Eu simplesmente não consigo conceber um Deus com tamanha falta de imaginação.

Agora, voltemos ao quintal... Bom, eu nunca vi, duvido de quem disse que viu, mas acredito – e com muita fé – que existam dragões (Ets, que fique claro). Mas dizer que tem um no quintal é forçar a amizade.
Está certo que estamos apenas engatinhando na tecnologia espacial – o primeiro vôo orbital completou 50 anos esses dias – mas tudo lá fora é muito grande e hostil. Não conseguimos planejar nem uma viagem a Marte, o destino mais próximo depois da Lua. E isso não é NADA perto das distâncias que temos que vencer. A luz leva um segundo para ir daqui até a Lua. Para a estrela mais próxima (Alpha Centauri B) são 4 anos. Se levamos dias para ir até a Lua, façam a conta...
Nossos companheiros Ets podem estar em estágios tecnológicos infinitamente a nossa frente, mas as distâncias e as dificuldades são as mesmas.

Mas esqueçamos o problema tecnológico. Vamos supor que eles tenham tecnologia e o que mais for necessário (sei lá, vida longa e próspera...) para viagens estelares (Mr Sulu, dobra fator 8 e pé na tábua!). Aí eles cruzam o espaço profundo, lá dos confins do Universo (ou não... de repente nós é que estamos nos confins...) aparecem, nos visitam e não são vistos?? Po, faz que nem o Keanu Reeves e pousa essa porr# no Central Park! Porque é que sempre tem que ser em algum lugar ermo? E quase sempre no interior dos Estados Unidos, de madrugada...
Se querem aparecer, façam um broadcast pela CNN e pousem em NY, Paris (no Brasil não, pois os aeroportos já estão sobrecarregados e ainda vai ter que deixar um troco pro flanelinha guardar a nave).
Ah, mas eles não querem aparecer... são discretos, introvertidos, envergonhados... ah, é uma coisa deles. Então.. que baita serviço de porco! Olha aí quanta gente viu, quantas marcas foram deixadas. Bando de Ets incompetentes. Vem lá de longe, escondido, pousa de noite, faz o que tem que fazer e larga tudo bagunçado?
NISSO eu não acredito.

Mas existe outra possibilidade, ainda mais cruel, para explicar a falta de contato com nossos homenzinhos verdes: Sir Arthur Clarke explorou como ninguém esse tema numa obra prima, “O Encontro com Rama”.
Imagine a cena: Um belo dia, radares e observatórios descobrem uma nave espacial gigantesca, vinda sabe-se la de onde, de origem desconhecida e finalidade idem, e que se encontra além da órbita de Saturno. Tudo indica que veio de fora do Sistema Solar. E os cálculos mostram que se dirige para o centro, na direção do Sol, obviamente passando perto da Terra.
Aí, acontece de tudo, claro. Pânico, gritaria, questionamentos sobre as intenções dos visitantes e tal. Um grupo prepara uma recepção, outro se prepara para a guerra...
E a nave simplesmente PASSA BATIDO.
Não da a mínima.
Passa pela órbita da Terra e nem diminui a velocidade. Usa o Sol somente como fonte de energia para seguir seu caminho e tchum, vaza longe...
E todo mundo aqui, com aquela cara de maracujá na gaveta, com aquela sensação de que tem uma baita festa e ninguém se lembrou de me convidar.

Será que não está aí a resposta para o fato de que DEVE haver vida inteligente extraterrestre e ao mesmo tempo nunca tenhamos sido visitados?

De repente somos mesmo a última bolacha do pacote. Mas, com diz minha filha, a última sempre vem quebrada e ninguém quer...

Ainda sobre astrologia


Astrologia será um tema recorrente aqui... A objeção de hoje é sobre seu fundamento e alguns detalhes técnicos, com um pouquinho de história.

Nos imaginemos vivendo no Egito antigo, há muito tempo... Nossa espécie deixou de ser nômade, com tribos de caçadores e coletores, e começou a ficar num mesmo lugar. Para isso, tivemos que plantar e colher. Mas quem já plantou e colheu sabe que existem épocas boas para plantio. Numa região desértica e plana, como a banhada pelo Nilo com suas enchentes anuais razoavelmente previsíveis, era uma questão de observação para se concluir que esses fenômenos não eram aleatórios, ao capricho dos deuses, mas seguiam um ritmo cíclico. E isso dá a possibilidade de se prever o futuro, para que as sementes estivessem prontas, assim como as ferramentas e a mão de obra, no momento apropriado.
Então a questão estratégica teria que ser conseguir prever de antemão QUANDO ocorreriam as próximas enchentes ou, na melhor das hipóteses, quando seria a época de enchentes e, na seqüência, a de plantio.
Aí um esperto fica olhando para o céu e consegue observar alguma regularidade, traçando paralelos com a regularidade da terra. Na mesma época, ano após ano, as estrelas readquirem o mesmo padrão mais ou menos no mesmo horário, sempre acompanhado do mesmo tipo de clima aqui embaixo. Então, com mais observação se descobriu o seguinte: quando uma estrela particularmente brilhante aparece no horizonte logo antes do amanhecer, falta um mês para o início das cheias. Essa estrela é Sírius (Alfa Canis Majoris).
Sírius, conhecida no antigo Egito como Sopdet (em grego: Sothis), está registrada nos mais antigos registros astronômicos. Sothis era identificada com a deusa Ísis grande, que formavam parte de uma trindade com seu marido Osíris e o filho Horus. Ora, os povos antigos possuíam uma ligação religiosa com os astros. Além disso, existe a máxima de que se um evento ocorre depois de outro, foi por ele causado. Junte A com B e temos uma cultura que acredita que as enchentes ocorrem porque a estrela (um deus) apareceu.
Daí que se uma estrela (vamos excluir o sol nessa categoria pois nesse caso procede e não há nada de sobrenatural nisso) influencia o clima e nos devolve como bênçãos uma colheita farta, nada mais óbvio do que acreditar que o conjunto de todas as estrelas regem TUDO que acontece no mundo – incluindo nós. Ah, quantos erros são cometidos pela generalização...
Só que a coisa complica... As cheias do Nilo ou estão ou não, o clima ou está seco, quente, úmido, frio...Tudo isso ocorre – hoje sabemos exatamente por que – em sincronia com as posições aparentes dos astros no firmamento. Mas os seres humanos são muito mais ricos em detalhes, e seus comportamentos não seguem as estações do ano. Ah, mas isso também tem paralelo no espaço: existe um pequeno conjunto de estrelas que se movem no céu – os chamados 'planetas' (do grego, 'errantes'). Bom, só precisamos de estudos mais detalhados para conseguir prever o comportamento das pessoas com base nesses objetos que, assim como os humores humanos, ora estão a favor, ora contra.
Então, passamos a observar cada vez melhor o céu em busca dessas leis que governem nossas vidas. Mas não é fácil... os dados não se encaixam, as previsões não dão muito certo...
Mas a culpa é da falha na observação, é claro... Assim, passamos a construir modelos matemáticos cada vez mais complexos do funcionamento do cosmo, observamos com rigor e precisão crescentes... e nada.
A coisa só passa a dar certo quando se coloca um especialista em interpretação no lugar. Aí, a discussão volta ao post anterior aqui do blog.
E que pena... é tão mais fácil não fazer as coisas direito e botar a culpa nos astros... “Mas eu nasci com [escolha um planeta] em [escolha um signo] que estava em [conjunção/oposição] com o meu [escolha o planeta] natal e é por isso que sou assim...
Olha, eu diria que isso não passa de transferência de responsabilidade. Dr House diria que todo mundo mente e que no fundo o que se quer é só tirar o c# da reta...

Nem tudo é ruim, felizmente. As ciências - matemática e física principalmente - ganharam muito com todo esse empenho. Mentes brilhantes estudaram a fundo os movimentos dos astros e avançamos muito. A sorte é que os cientistas conseguiram separar a ciência da superstição, e a busca pela compreensão do funcionamento do cosmos é hoje uma das áreas de estudo mais fascinantes da física.
Mas isso é assunto para outro post.... Aguardem! 

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Considerações astrológicas


Ah, os astrólogos...
É engraçado como a astrologia se considera 'ciência'...
Mais engraçado ainda é ver como os astrólogos não fazem ideia do que seja 'ciência', ao afirmar que a astrologia o é. Até pode ser que há dois mil anos atrás astrologia, astronomia, medicina, engenharia e tudo mais fizesse parte de um mesmo conjunto, até de repente denominado “ciência”(que significa “conhecimento”).
Entretanto, há algum tempo - nem sei quando foi isso, mas faz tempo – esses assuntos foram tomando cada um o seu rumo. Na física, podemos citar Galileu Galilei como o responsável pela introdução de métodos que hoje consideramos como científicos, embora foi o pensamento de Descartes que originou a metodologia científica. (Considere ler 'O Discurso do Método').
Para mim, o método científico nada mais é do que a lógica aplicada à ciência. O que se espera do método é:
1 – Observação. O fenômeno deve ser observável (parece óbvio, mas se desejamos um discurso científico, tem que estar explícito);
2 – Descrição. O experimento precisa ser replicável (capaz de ser reproduzido);
3 – Previsão. As hipóteses precisam ser válidas para observações feitas no passado, no presente e no futuro;
Existem mais itens, mas o que basta para esse assunto está aí.
A partir dos princípios, conclui-se que se um experimento da resultados diferentes cada vez que é reproduzido, indica que está faltando alguma coisa. É muito comum isso acontecer e o procedimento é ir isolando as possíveis causas até que o problema se enquadre. Sem isso, não há ciência.
Essa questão da reprodutibilidade é essencial. Inclusive, quando se publica o resultado de uma experiência, logo em seguida aparecem outros tentando reproduzi-la para confirmar ou refutar o resultado. E basta um resultado contrário para derrubar tudo. Óbvio, como tudo é feito por seres humanos – e cientistas costumam ter egos gigantescos – existirá uma acalorada discussão sobre quem é que tem razão, qual experimento é que está correto. Mas, quando se conclui que uma hipótese está errada, a comunidade toda a descarta.

E onde anda a astrologia nessa? Bom, ela simplesmente ignora todo o método científico. OK, é um direito. O que não é direito é chama-la de ciência mesmo assim.
Eu tenho muitas objeções astronômicas (pun intended) à astrologia. Vamos lá:
  • É dito que o horário do nascimento é importantíssimo. Desvios de minutos já dão resultados diferentes. Isso é a explicação para a diferença entre gêmeos. Mas espera aí: Isso pressupõe que TODOS os relógios de TODAS as maternidades estejam em sincronia e que todos os obstetras ou seja lá quem faz isso anotem exatamente o momento do nascimento. Como sair dessa?
  • Ainda sobre a questão do horário. Quando se faz um mapa astrológico, o que se usa como dados são o local de nascimento, a data e a hora. Bom, com isso observamos que dois dos movimentos da terra estão sendo levados em conta: a translação (data) e rotação (hora). Com isso e a posição do observador pode-se calcular a posição dos astros (estrelas e planetas) naquele momento e do ponto de vista daquele observador. Mas e quanto aos outros movimentos da Terra? OK, esses dois são os principais e os demais causam muito pouca alteração. Mas será que é suficientemente pouco para ser desprezado para quem alega que "pequenas diferenças de horário geram grandes diferenças astrológicas"? Analisemos um desses movimentos, a precessão de equinócios. Ele é causado pela inclinação do eixo de rotação da Terra contra o plano de translação ao redor do Sol e faz com que a Terra gire como um pião prestes a cair. Essa precessão leva cerca de 26 mil anos para dar uma volta toda, o que dá uns 2200 anos para cada signo zodiacal. E daí? Façamos as contas: São 30 dias por mês, 2200 anos por mês... A cada 73 anos as posições dos astros se deslocam UM DIA. Melhor ainda, a cada 18 dias as posições dos astros adiantam UM MINUTO. Alguém aí sabe me dizer se os astrólogos ajustam suas tabelas a cada 18 dias?? É um desvio um pouco grande demais para ser descartado, principalmente por quem exige minutos de precisão.
As outras objeções são puramente científicas. Como disse, basta uma observação que conflite com a teoria para que esta seja descartada. E quanto às 'previsões' astrológicas? Quem aí viu algum astrólogo rasgar o mapa astral ou quebrar o incenso ao meio (aquele que está na frente do duende de Durepoxi) quando uma previsão não ocorre?
- Ah, os astros inclinam mas não determinam.
Que frase bonita para dizer “se deu certo, é porque estava certo. Se deu errado, é porque tinha mais alguma coisa influenciando”.
Previsão boa é assim! Acerta mesmo quando erra...

E tem a dos 'cálculos complicados'. Alguém já viu como se faz? São tabelas de efemérides e um pouco de trigonometria. Complicado???? não para quem fez ensino médio.
- Ah, mas o mapa é fácil, o difícil é a interpretação correta.
Sim, concordo. Mas para interpretar não se usam cálculos, e é daí que vem toda a magia: A interpretação. Para prever o futuro se observa linhas da mão, conchas, números calculados de tudo que é jeito e – é claro – as posições dos astros.
Ah, as estrelas, os planetas, a imensidão do Universo... É tudo tão lindo, distante, grandioso, celestial, que é impossível resistir à tentação.
Mas vamos às previsões. Carl Sagan dá um exemplo de uma previsão. Imagine que, neste caso, essa seja uma análise astrológica da SUA (é leitor, a sua mesmo) personalidade. Leia e veja se concorda pelo menos parcialmente:
“Às vezes você é extrovertido, afável, sociável, ao passo que em outras ocasiões é introvertido, desconfiado e reservado. Descobriu que não vale a pena ser demasiado franco e revelar-se aos outros. Prefere certa dose de mudança e variedade, e fica insatisfeito quando tolhido por restrições e limitações. Aparentemente disciplinado e controlado, você tende a ser ansioso e inseguro por dentro. Embora tenha algumas fraquezas de personalidade, é em geral capaz de compensá-las. Tem uma grande reserva de talentos que não são usados, dos quais você não tira proveito. Tem uma tendência a se autocriticar. Tem uma forte necessidade de que as outras pessoas o amem e o admirem. ”

Todo mundo achará isso familiar. Afinal, somos todos humanos... Esse é um exemplo clássico de  'leitura fria', um apanhado de predisposições opostas tão sutilmente equilibradas que qualquer um reconhecerá nele um grão de verdade.
Não precisa ir longe nem ser muito esperto para ver que as previsões astrológicas tocam essa música...
Mas para quem acredita - e paga por previsões - existe outra máxima: Nas relações que envolvem exploração da fé, existe sempre pelo menos um esperto e um tolo. Se você está numa relação dessas e não sabe qual é qual, sinto muito mas você é o tolo...

Espírito de Explorador

Há tempos filosofo sobre meu próprio perfil. Já fui considerado nerd, geek, doido ou a simples generalização disso tudo: 'estranho'.
"Estranho" é uma maneira complicada de se qualificar alguém. Afinal, estranho como? Nos locais onde é proibida a entrada de pessoas estranhas eu seria barrado?
Quando você diz que algo é ou está estranho é um indicativo de que esse algo não vai bem e o melhor é manter distância, certo? Tipo "essa maionese está estranha..." ou "o reator nuclear está com um barulho estranho...". Estranho, nesse contexto, é o mesmo que perigoso.
Na melhor das hipóteses, eu seria o 'louco manso', alguém que deve estar livre mas sob olhar atendo. Em caso de qualquer 'piora', devo ser reclassificado de 'louco de grade' e trancafiado, certo?
Sei lá... De qualquer modo, eu também me acho estranho. O boi na fila do matadouro querendo ir no sentido contrário também é estranho, mas confesso que me simpatizo com o infeliz. Eu não faço ideia de nenhum nome dos últimos 10 ou 11 BBBs, não assisto novela nem Faustão ou Sílvio Santos vem aí la lá, la la la la, não acredito em astrologia nem em cristais, duendes ou anjos que interferiram diretamente nas vidas das pessoas. Curto ver Discovery Channel, sinto uma simpatia enorme por personagens como Dr House ou os caricatos físicos do The Big Bang Theory (pelo menos essa característica compartilho com muitos).
É... pelo jeito sou estranho mesmo.  Já ouvi certa vez, lá nos idos dos anos 80, que me classificaram assim: -"O Luiz? ele é legal, gente boa, mas sabe como é... daqueles estranhos que assistem TV Cultura".
Gosto de programar em linguagem de máquina e C++, curto rock progressivo e de tocar guitarra. Já pilotei planadores, inventei robôs autômatos entre outras máquinas eletrônicas e mecânicas, construí meu próprio telescópio, um pedal de guitarra e uma guitarra eletrônica para minha filha tocar no Guitar Hero, compatível com PlayStation2. Faço pizza em casa para os amigos e Limoncello (modéstia a parte, ótimo!). A vida toda sonhei em ir pra Lua, tocar saxofone, pilotar helicópteros e aprender mandarim...

Esse perfil é de alguém sempre em busca de aprender novas coisas. É o perfil de explorador.
E exploradores sempre estão em busca de algo que perderam. Raramente a encontram e ainda mais raro o prazer de encontrar supera o da busca. Cientistas são exploradores.
É por isso que me simpatizo pelos personagens solitários, excêntricos. Não pela excentricidade em si, mas por conseguir observar neles essa inquietude característica dos exploradores, a sensação de não ser compreendido.
E também - e um pouco infelizmente - compartilhar com eles essa sensação de ser solitário, na essência.

É isso aí... O Lutcho é gente boa, mas sei lá, ele é meio estranho...